Frei Douglas Paulo Machado, OFM*
Petrópolis - RJ
Desde 1981, o mês de agosto é o mês vocacional no Brasil, pois é dedicado à reflexão sobre as vocações em geral. Há, dentro da Mãe Igreja, três tipos específicos de vocação: sacerdotal, religiosa e laical. Com uma leve adaptação, comemoram-se esses três modos vocacionais nas quatro semanas durante o mês de agosto. Assim:
Primeiro domingo: é o dia das vocações sacerdotais. Também se comemora o dia das vocações diaconais. Por isso, é o dia das vocações aos ministérios ordenados, o que inclui, portanto, a vocação dos bispos também. Essa comemoração se deve ao fato de no dia 4 de agosto celebrar-se o dia de São João Maria Vianney, o Cura D’Ars, patrono dos padres; e, no dia 10 de agosto, o dia de São Lourenço, patrono dos diáconos.
Segundo domingo: por imitação do segundo domingo de maio - no qual é comemorado o Dia das Mães – tem-se o Dia dos Pais. Sabe-se que no Brasil esse dia é comemorado porque antigamente no dia 16 de agosto era celebrado o dia de São Joaquim, pai de Nossa Senhora e, por isso, adotou-se esse dia e depois o domingo para essa comemoração. Devido a esse fato, nesta data é comemorada a vocação matrimonial, lembrando o valor e a vocação familiar. Também por isso, a semana que antecede esse domingo é chamada de Semana Nacional da Família, no Brasil.
Terceiro domingo: recorda-se avocação à vida consagrada: religiosos, religiosas, consagradas e consagrados nos vários institutos e comunidades de vida apostólica e também nas novas comunidades. Essa recordação é feita porque no dia 15 de agosto celebra-se o Dia da Assunção de Maria aos céus, solenidade que aqui no Brasil é transferida para o domingo seguinte.
Quarto domingo: é nesta data que se comemora o Dia do Catequista, daí a comemoração do dia da vocação do cristão leigo na Igreja, tanto na sua presença na Igreja como também em seu testemunho nos vários ambientes de trabalho e vida. O dia do cristão leigo voltará a ser comemorado no último domingo do ano litúrgico, domingo de Cristo Rei.
Celebrando o dia dos ministérios ordenados no primeiro domingo, lembra-se que os diáconos, os padres e os bispos recebem um ministério especial através do Sacramento da Ordem, pelo qual a missão confiada aos apóstolos por Cristo se mantém em realização contínua na Santa Igreja. Esses ministros recebem, segundo a doutrina da Igreja, um poder sagrado em nome e com a autoridade de Cristo, a serviço do povo de Deus. Nesse contexto, poder significa serviço. Ser ministro é ser servo. Percebe-se isso na última Ceia, durante a qual Cristo lavou os pés dos apóstolos. Jesus Cristo, com o sacrifício da sua cruz, é o “único mediador entre Deus e os homens” (1Tm 2,5), é o “único Sacerdote à maneira de Melquisedec” (Hb 5,10). Este único sacerdócio de Cristo torna-se presente sacramentalmente no sacerdócio ministerial.
O bispo é o legítimo sucessor dos apóstolos. Além de colaborar com o sucessor de Pedro, o papa, é seu ofício ensinar, como fiel guardião da Palavra e da Doutrina, o rebanho do Senhor confiado a ele.
O presbítero (padre), pela unção do Espírito Santo, recebe uma marca indelével e é configurado ao sacerdócio de Cristo, habilitando-o a agir em seu nome em sua pessoa. Torna-se, assim, colaborador do bispo.
O diácono, por seu turno, é configurado ao serviço de Cristo. Deve, por isso, estar a serviço da Santa Mãe Igreja. Exerce seu ministério como auxiliar do bispo diocesano.
É importante dizer que, ao participar dessas celebrações durante o mês de agosto, não se pode esquecer que todos são vocacionados. E a primeira e mais importante vocação e o chamado à vida cristã e, consequentemente, à santidade.
* Frei Douglas Paulo Machado é frade franciscano (OFM); graduado em Filosofia e estudante do curso de Teologia do ITF.
REFERÊNCIAS:
http://wiki.cancaonova.com/index.php/Voca%C3%A7%C3%A3o.
http://www.sav.org.br/?system=news&action=read&id=1747&eid=17.
